sábado, 8 de dezembro de 2012

Espaços de fazer


Na última quinta-feira, 6/12, a convite de uma amiga de longa data, Simone Rechia, tive a oportunidade de participar, em Curitiba, do Ciclo de debates "Lazer, esporte e cidade: o legado ambiental dos megaeventos esportivos". 

Desde que comecei a me dedicar, sob o ponto de vista da pesquisa, ao tema dos megaeventos, tenho circulado por variados espaços para discutir o tema.

Este foi especial.. foi um evento modesto em termos de abrangência e participação, mas altamente qualificado considerando sua proposta, uma debate voltado especialmente para os professores, bolsistas de IC, petianos, mestrandos e doutorandos do GEPLEC - PET / UFPR.

Sua programação, inteiramente dedicada ao tema dos megaeventos, além de um momento de síntese final, organizou-se a partir de quatro eixos de discussão:
  1. Organização e estrutura do Comitê Organizador Rio 2016,
  2. Influência dos megaeventos na dinâmica das cidades,
  3. Como os Jogos estão impactando as políticas de esporte e lazer; 
  4. Impactos sociais dos megaeventos no contexto nacional e local.
Como observador atento, aprendi muito com os colegas que compartilharam  comigo o lugar de expositores, Iverson Ladewig do CoRIO 2016, Fábio Duarte do PPG em Gestão Urbana da PUC-PR e Andréa Braga do Comitê Popular da Copa de Curitiba.

Mas o melhor veio dos meus vizinhos de platéia...

Os que, pela manhã, demonstraram entusiasmo com a possibilidade de emprego num comitê organizador cheio de professores de educação física e com muitas vagas ainda em aberto foram os mesmos que, pela tarde, se indignaram com o relatório apresentado sobre a violação de direitos pela organização dos megaeventos.

Mais indignado ainda ficou um dentre os meus vizinhos ao descobrir que sua casa estava dentro da "zona de exclusão" de 2 km no entorno da Arena da Baixada. Ainda não sabia que a Lei Geral da Copa vai mexer com seu cotidiano e de tantos outros curitibanos... menos mal para esses, pois para outra parte dos curitibanos, as mais de 2 mil famílias que serão removidas por obras da Copa, é a vida que será mexida, posta de cabeça para baixo.

Como já disse em postagem anterior, os megaeventos são, ao mesmo tempo, sonho e pesadelo...

Que bom que tenhamos movimentos organizados como os Comitês Populares da Copa em defesa dos direitos humanos e grupos de pesquisa como o GEPLEC buscando fazer mediação da formação e do fazer científico com o contraditório em processo que envolve a organização dos megaeventos.

Termino esta postagem com as palavras da coordenadora do ciclo, Simone, que, citando Guimarães Rosa, não poderia ter sido mais sábia em sua síntese final do evento...

"Entre o sol mais brilhante e a realidade mais cruel, existe o espaço do fazer."

Parabéns e muito obrigado a todos do GEPLEC por terem me dado a oportunidade de compartilhar com vocês este espaço de fazer.   

Até a próxima!

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